Ela havia lido tantas coisas...
(para Jujú, amiga inesquecível)
estrelas cintilantes
bússolas orientais
folhas de chá
mapas astrais
palmas das mãos
ruas transversais
plantas dos pés
verdades universais
bulas de remédios
visões paranormais.
Ela havia lido tantas coisas...
revistas de fotonovelas
obituário nos anais
placas de sinalização
processos criminais
revistas em quadrinhos
textos de jornais
literatura de cordel
bebido dos mananciais.
Ela havia lido tantas coisas...
desenhos nas cavernas
processos culturais
colagens fotográficas
figuras ocidentais
filigranas nos lençóis
temperaturas corporais
passos na areia
rastros de animais.
Ela havia lido tantas coisas...
trilhas no cerrado
imagens virtuais
búzios encantados
programas matinais
artefatos primitivos
estações siderais
crateras lunares
fossas abissais.
Ela que havia lido tantas coisas queria ler mais...
ler a própria alma
moléculas existenciais
tocar pela presença
marcas visuais
ler pela a ausência
redutos espirituais
visões sistêmicas
ideologias marginais.
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